Corvos

Os corvos comem carne morta.


Somos todos corvos. Temos o poder de matar em nossas veias, e é mais fácil do que deveria ser. Despedaça coração, esbanja solidão. Abre as portas para o lítio. Podemos encher alguém de raiva, de ódio, de tristeza, incerteza, ciúmes ou dor. Destruímos esperanças. Matamos.
Alguns com sete vidas, outros com uma. Os pulsos esperam. A vida passa. Mas o que mais me deixa louca, é que após tudo o que fazemos, muitas vezes o remorso é ineficaz. A alegria, a insanidade toma conta de nós. Adoramos machucar. Adoramos maltratar. Matar, matar, matar.
A musiquinha mais idiota que eu vi na minha vida, chamada I KILL PEOPLE (música feita para vagabundos sem cérebro ouvirem em uma tarde de domingo) diz uma tremenda verdade, apesar da ironia e alienação da música.

GUNS KILL PEOPLE? AH, AH. I KILL PEOPLE! WITH GUNS.

Matamos, rimos. onde o mundo vai parar? Machucamos, discutimos. O mundo já parou. A razão crucificada. Pregados. Mutilados. Estamos enfrentando um problema maior do que pensamos: todos os humanos.

Mas seria justo generalizar? Eu mesma generalizando, crucificando. Não fujo do problema. Eu machuco, sou machucada, eu mato e rio. EU sou cruel. Mas não pense que você também não é. Em algum momento da sua vida você tirou a vida de alguém. Numa briga com os pais, com um namorado, com um irmão, com o espelho. Uma guerra. Problemas enfileirados, marchando. Indo à forca. A paz não existe. Não há como escapar.
Ao menos tente brigar menos, se irritar menos, achar menos. Tenha certeza de que o sol vai nascer, você acordar, e um dia novo chegar para em vez de matar, ressucitar. tirar o amigo do precipício. Tirar a si próprio. Ficar junto das pessoas mais queridas e perceber a maneira como elas te ajudam a continuar vivo.

Então, quem sabe, os corvos um dia não possam virar pombas brancas.


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te amo achmed, tu me fez ficar viva

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