Vida armada


Pregada na parede, tento manter os prego fortes, apertados, mas ao longo dos dias tendem a afrouxar e caem. Mal posso sustentar meu próprio corpo. Não posso cair, não posso parar. Pregos enferrujados, solda fraca. Presa em lugares frígidos, sem vida. Investir em um caminho novo pode significar a ida em busca de um oásis na minha vida. Só para fugir do que sempre tive.
Aprendi que fechar as pálpebras não resolve mais. Precisa mais do que isso para ser algo relevante. Para mudar, precisa se comprometer. Não adianta mais apenas olhar para o oriente e fingir que está se transparecendo. O máximo que fiz foi olhá-lo para procurar refúgio. O resto é apenas excrescência do futuro.
O que eu mais espero da minha vida, é um futuro divergente, com muitas opções. Esse ano eu tenho enfrentado muitas mudanças na minha vida. Nem pela mudança de colégio, pelo relacionamento mais sério, pela morte de pessoas que gosto, pelo simples fato de a cada dia que passa eu estar diferente e cada vez mais inconveniente para o meu próprio estilo de vida.
Morte de pessoas que eu gosto? Sim. Outras apenas gravemente machucadas rsrs. Como uma amiga, muito querida que simplesmente estava no lugar errado, na hora errada. Eu vou contar como aconteceu... porque acho que todos merecem saber.

Ela namorava um guri meio "poderoso" lá no bairro dele, sabe? Resumindo, ele tinha uma gangue que se achava a boa! E como todos esses tipos de lugares, existem outras gangues lá também. Viviam brigando uma gangue com a outra. Um dia normal, numa rua normal, numa hora normal, num lugar normal com uma moto normal ele levava ela para casa. Estou eu no meu colégio, e toca o meu celular. Era o pai dela. Era o pai dela dizendo que ela estava no hospital e queria em ver. Me chamou. Saí da escola e fui para o hospital, óbvio. Quando cheguei, me veio a notícia. Um cara de outra gangue deu um tiro na moto com o propósito de acertar o namorado dela. Mas a acertou. Ela perdeu muito sangue pois o tiro foi na barriga (um pouco acima da bacia). Está a dois dias no hospital, já retirou a bala, nenhum órgão foi perfurado e ela está bem (ufa).

Tudo isso mostra o quê? Não vou falar de violência nas ruas, ou de armas circulando, ou de gangues. Não. Vou falar que ela o ama muito. E ele a ama. Ele estava péssimo. Nunca vi tanta culpa nos olhos de uma pessoa. Ele se envolveu com muita gente perigosa, e sem mesmo notar que estava arriscando a própria vida acabou expondo a vida de outras pessoas. Ele não pôde se perdoar assim como ela não pôde fazê-lo mudar de idéia. Foi uma coisa inesperada, maluca. Cada um com o seu ponto de vista sobre o que aconteceu. Mas o meu foi simplesmente que o amor vence MUUUITA COISA.
beeijo#)

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